Engraçado. Voltei aqui hoje depois de alguns anos sem
lembrar que esse espaço ainda existia. A tarde está meio morta porque o pessoal
do trabalho fez um almoço de fim de ano, aí ficou difícil trabalhar depois de 3
pratos de arroz, maionese de batatas, farofa de milho e churrasco. Os três
foram pra mim mesmo. Mas o prato era pequeno. A esposa disse que ainda tem
gente que lê o blog. Especialmente esse post, “apelidos carinhosos”. Vim ler de
novo. Fiquei feliz. Acho legal que outras pessoas também achem legal. Resolvi
escrever um segundo apenas pra relembrar o prazer de escrever sem o compromisso
de que alguém venha a ler.
Aí me dei conta de que, seguindo a sequência anterior, os
próximos carros da família não tiveram apelidos. Pois é! Por quê? Não sei, só
sei que é assim. Depois da Parati Baleia Branca, a grana deu uma melhorada e no
fim de 2008 compramos um C4 Pallas zero. Sim, a grana tinha dado uma melhorada
boa! E o carro era o capeta! Parecia um navio de tão grande, lembro até hoje, 4
metros e 77 de comprimento e motorzão de 143 cavalos. No primeiro dia, saindo
da autorizada, sorriso na boca, abrimos a garagem de casa, botei o carro pra
dentro, e antes de fechar o portão eletrônico perguntei pra esposa: “tá bom aí?”
Ela desceu pra dar aquela conferida só por via das dúvidas, aí percebi o olhar
de espanto nela. “O rabo do carro tá do lado de fora!” Conclusão, ela teve que
ficar naquele “vem... vem...” pra caber o navio lá dentro. Ficou a dois dedos
da parede. Depois disso mentalizamos um ponto na parede pra fazer o processo
rapidamente, usando a luz do farol como guia. Mas eu estava dizendo outra coisa
e acabei me desviando. Disse que o carro era o capeta porque era mesmo. Andava
demais e era muito confortável. Automático, com tiptronic, ar dual zone, bancos
de couro, um espetáculo. Compramos na esperança de fazer muitas viagens nele.
Acabou que fizemos algumas, mas não tanto quanto gostaríamos. Mas tá bom, valeu
a experiência de ter um carro maneiro. A venda também foi doída, porque
estávamos reformando a casa na época, e vendemos meio na pressa, abaixo da
tabela. Perde-se... ou melhor, gasta-se muito dinheiro com um carro desse
porte. Não sei se um dia teremos outro desse tipo. Será que faz sentido botar
apelido em carro que já foi vendido? Não sei, mas pode ser legal. Aceito
sugestões. Vou falar com as crianças sobre isso.
Ainda na época do Pallas, na virada de 2009 pra 2010 a esposa
começou a dar aulas à noite. Mas isso é história pra outro post, ou vários,
dela e meus. Precisamos comprar um segundo carrinho pra quebrar o galho. Queríamos
que fosse razoavelmente barato e econômico pra andar. Tínhamos também a
restrição de querer carregar um cachorro no porta-malas, no caso a nossa
cadelinha Golden Bella (que deverá ser assunto pra ooooutro post...). Portanto
o carro tinha que ser hatch e não sedã. Acabamos achando um Fox quase novo,
prata (a cor que eu queria!), milzinho, sem ar mas com direção hidráulica, o
que daria pelo menos um pouco de conforto pra esposa. Compramos. Serviu bem ao
propósito inicial, mas depois zoneou. Com a venda do Pallas, passou a ser o
primeiro carro (e único!) da família. Viajar nele ficava bem pior, pela falta
do ar e pela falta do motor. Mas também não tinha problema, porque não tinha
dinheiro nenhum pra viajar por causa da reforma da casa. Apelido? Não, também não
teve. Aceito sugestões novamente.
Mais recentemente, fim de 2014, conseguimos fazer um rolo
geral na família. Foi assim. Compramos um Etios sedã, passei o Fox pro meu pai,
o Fiestinha verde que era do meu pai passei pro meu sogro, e o Golzinho preto
(o pretinho!) dele, vendemos pra um amigo do trabalho. Deu pra acompanhar? Nem
eu entendo direito, só sei que o rolo deu certo. Estamos com o Etios até hoje,
ele está com dois anos e pouco. O carro é ótimo, custo-benefício excelente, muito
econômico na cidade e na estrada, conforto suficiente para o dia a dia,
desempenho decente considerando a realidade das nossas ruas e estradas. Dar
problema deu, porque tive que trocar a embreagem com 27 mil quilômetros, mas a
garantia cobriu tudo. Mas de novo não colocamos apelido no coitadinho. Tsc tsc
tsc.
O último que tenho que registrar é o Fiestinha azul. Milzinho,
duas portas, sem ar, sem direção. Comprei da minha irmã... aliás, ela me vendeu
quando comprou o sonhado carro zero dela no meio de 2014. Disse: “fica com ele
e me paga quando der.” Tá bom, fiquei com ele e paguei logo em seguida. Negócio
de irmão-irmã, sabe como é. Acabou virando de certa forma meu brinquedinho.
Mandei pintar capô, teto e porta-malas que estavam queimados (o carro era de
leilão antes da minha irmã comprar na loja que pegou no leilão). Temos até um
sentimento por ele, já que foi o primeiro carro que minha irmã comprou pra ela.
Coloquei um sonzinho legal, caixinha na mala e estamos usando desde então. Até
pouco tempo atrás usava todo sábado de manhã pra ir jogar tênis com os meninos.
No caminho só rock e os três batucando e cantando um mais alto que o outro.
Gostava disso. Não sei se posso dizer que ele tem um apelido, mas quando me
refiro a ele em casa, costumo dizer “azulzinho”. Quando é algum conhecido que
pergunta, digo que é meu “brinquedo”.
Eles ficam lá na garagem, sozinhos, normalmente sujos daquela
chuva lamacenta, esperando por nós. E todo dia nos levam pra cima e pra baixo.
Lá em casa, carro tem lugar na memória afetiva. Faz parte da viagem, faz parte
da diversão, faz parte da história da família, faz parte da vida.