Outro dia tava no carro com a patroa, saindo do trabalho, e inconscientemente comecei a cantarolar. Note isso é uma coisa bastante comum, visto que o mané aqui tá sem rádio no carro por tempo indeterminado. Ô aflição da peste. Mas então. Naquele momento, acho que por num ato falho do meu cérebro cansado, uma musiquinha muito velha veio parar nas idéias. E claro, num ato falho da minha boca, as palavras acabaram por sair e chegaram aos ouvidos alheios. Era assim:
Assim não dá/assim não dá/tenho que lutar, lutar pra reencontrar/todo o brilho do seu olhar
Bem fraquinha... eu sei. Mas a culpa não é minha, porque dublaram a música, e certamente ficou bem pior que a original. Ela olhou pra minha cara e perguntou:
− De onde você tirou essa música?
− Ué... cê não lembra não?
− ...
− Lembra daquele filme, “Tuff Turf, O Rebelde”?
− Humm... acho que sim... devo ter visto uma vez.
− Então. Eu vi algumas vezes, porque tinha gravado em casa. Essa música o mocinho canta pra mocinha num restaurante de um clube onde eles entraram de penetra. Na hora que a banda diz que vai parar uns minutos pra descansar, o cara senta no piano e começa a cantar essa música pra garota. Depois que a música acaba, os seguranças aparecem e eles saem correndo.
Depois de uns segundos de reflexão, ela me diz:
− Sabe, é engraçado como depois de tantos anos convivendo com você, você ainda consegue me surpreender.
− ...
É legal isso. É gostoso surpreender, principalmente quando é sem querer, como foi nesse caso. Mas também é muito legal ser surpreendido. A menos que seja no caso de você estar com a boca na botija, claro, porque aí não é nada bom. Ontem eu fui surpreendido por saber de uma coisa curiosa.
Estava no fim do dia, e de repente o MSN piscou. Era um colega da faculdade. Uns dias antes, esse mesmo colega tinha me pedido os arquivos com o texto da minha tese de mestrado (que foi escrito em LaTeX), para que ele pudesse usar o mesmo formato na tese dele. Beleza. Ontem, ele apareceu dizendo:
− Fala rapá!
− Fala. Tranqüilo?
− A prova de mecflu é com consulta? Tô com tua prova aqui. Pô, cê tirou 10.
− Não foi 10.
− 9.8. Mas o cara botou 10. Tu é sinistro, heim...
− Como é que tu arrumou essa prova?
− Na xerox do bloco H. Mas é com consulta, ou você fez isso tudo aqui do teu cabeção?
− Tem consulta sim. Pô, então eu sou famoso por aí! Quer um autógrafo?
− Hehe.
A conversa seguiu, comigo dando conselhos sobre a matéria. Logo depois ele saiu pra estudar. Agora veja você. Fiquei surpreso, e porque não?, satisfeito. Sobre a nota, realmente foi a mais alta da turma, seguida pela da patroa, que foi 9.3. Sem frescuras ou falsa modéstia, as notas foram reflexo do trabalho que tivemos. Não perdemos uma aula sequer, e estudávamos todas as semanas pra não perder a onda (onda, mecflu... sacou? Hein? Hein? Bah, esquece). Enfim, as notas da prova foram a recompensa de um trabalho bem feito (não só de nossa parte, mas do professor também, que é show de bola), e avaliado com justiça. Seria bom se fosse sempre assim. Fiquei satisfeito na época, quando o professor disse aos outros alunos pra usarem minha prova como gabarito. Fiquei encabulado à princípio, mas fiquei satisfeito. Mas ontem, ao saber que minha prova, feita há 7 anos atrás, ainda serve como referência pra estudo, fiquei foi muito surpreso. Virei pra patroa e falei:
− Sou famoso lá na faculdade. Quer um autógrafo?
− Você não é famoso. Você é só um nome numa prova que usam pra estudar.
− Bah. Custava entrar na história?
Assim não dá/assim não dá/tenho que lutar, lutar pra reencontrar/todo o brilho do seu olhar
Bem fraquinha... eu sei. Mas a culpa não é minha, porque dublaram a música, e certamente ficou bem pior que a original. Ela olhou pra minha cara e perguntou:
− De onde você tirou essa música?
− Ué... cê não lembra não?
− ...
− Lembra daquele filme, “Tuff Turf, O Rebelde”?
− Humm... acho que sim... devo ter visto uma vez.
− Então. Eu vi algumas vezes, porque tinha gravado em casa. Essa música o mocinho canta pra mocinha num restaurante de um clube onde eles entraram de penetra. Na hora que a banda diz que vai parar uns minutos pra descansar, o cara senta no piano e começa a cantar essa música pra garota. Depois que a música acaba, os seguranças aparecem e eles saem correndo.
Depois de uns segundos de reflexão, ela me diz:
− Sabe, é engraçado como depois de tantos anos convivendo com você, você ainda consegue me surpreender.
− ...
É legal isso. É gostoso surpreender, principalmente quando é sem querer, como foi nesse caso. Mas também é muito legal ser surpreendido. A menos que seja no caso de você estar com a boca na botija, claro, porque aí não é nada bom. Ontem eu fui surpreendido por saber de uma coisa curiosa.
Estava no fim do dia, e de repente o MSN piscou. Era um colega da faculdade. Uns dias antes, esse mesmo colega tinha me pedido os arquivos com o texto da minha tese de mestrado (que foi escrito em LaTeX), para que ele pudesse usar o mesmo formato na tese dele. Beleza. Ontem, ele apareceu dizendo:
− Fala rapá!
− Fala. Tranqüilo?
− A prova de mecflu é com consulta? Tô com tua prova aqui. Pô, cê tirou 10.
− Não foi 10.
− 9.8. Mas o cara botou 10. Tu é sinistro, heim...
− Como é que tu arrumou essa prova?
− Na xerox do bloco H. Mas é com consulta, ou você fez isso tudo aqui do teu cabeção?
− Tem consulta sim. Pô, então eu sou famoso por aí! Quer um autógrafo?
− Hehe.
A conversa seguiu, comigo dando conselhos sobre a matéria. Logo depois ele saiu pra estudar. Agora veja você. Fiquei surpreso, e porque não?, satisfeito. Sobre a nota, realmente foi a mais alta da turma, seguida pela da patroa, que foi 9.3. Sem frescuras ou falsa modéstia, as notas foram reflexo do trabalho que tivemos. Não perdemos uma aula sequer, e estudávamos todas as semanas pra não perder a onda (onda, mecflu... sacou? Hein? Hein? Bah, esquece). Enfim, as notas da prova foram a recompensa de um trabalho bem feito (não só de nossa parte, mas do professor também, que é show de bola), e avaliado com justiça. Seria bom se fosse sempre assim. Fiquei satisfeito na época, quando o professor disse aos outros alunos pra usarem minha prova como gabarito. Fiquei encabulado à princípio, mas fiquei satisfeito. Mas ontem, ao saber que minha prova, feita há 7 anos atrás, ainda serve como referência pra estudo, fiquei foi muito surpreso. Virei pra patroa e falei:
− Sou famoso lá na faculdade. Quer um autógrafo?
− Você não é famoso. Você é só um nome numa prova que usam pra estudar.
− Bah. Custava entrar na história?
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