14 de dezembro de 2005

Culinária II

Não posso deixar passar. Tenho que fazer uma retificação. Não sou um completo zero à esquerda na cozinha. Humm. Tá, na cozinha sou, mas tô me referindo à culinária de uma forma geral, e assim sendo comunico que nesse quesito observei evoluções dignas de causarem espanto a Darwin.

Desde que fomos morar no nosso lar atual, meu passatempo predileto dos fins-de-semana é acender o fogão de lenha. Não importa pra quê. Fritar bife de picanha na chapa, fazer a comida do domingo na panela de ferro, ou então, meu preferido sem sombra de dúvidas, assar as pizzas no forno sábado à noite. (Cê tá achando que a gente come o tempo todo no sábado e domingo, né? Nah, impressão sua.) Claro que não necessariamente, porém preferencialmente, fazemos todas essas coisas no mesmo fim-de-semana. Então. Quem toma conta do fogo sou eu. Tiro as cinzas que sobraram da comilança anterior, faço o ritual de acendimento (que inclui passos de dança e cantos de louvor ao deus do fogo, caso contrário aquela porqueira não acende), espero esquentar (o que leva incontáveis minutos), espalho o fogo pro fogão todo (operação esta que vez ou outra provoca o apagamento espontâneo de tudo), e por fim, já mais preto, sujo e fedido que um carvoeiro, declaro que o fogão tá aceso. Depois disso só fico tomando conta, meio que malandramente. De tempos em tempos taco mais um tôco no fogo, e assim vai até que todos estejam bêbados de comer. Não sei se isso é muito louvável, mas pra quem sempre teve medo de fogo, é uma vitória.

Pois bem. Outro dia fomos convidados por um amigo pra uma tarde de pizza na casa dele. Coisa chique, com direito a chopp e tudo mais. Detalhe. O forno dele é aquele apropriado pra pizza (vê aí na foto pra entender). Pra quem não sabe, a diferença crucial desse forno pros outros é a forma de assar. A pizza não é assada por baixo, e sim por cima, e numa temperatura muito maior por causa das labaredas próximas. Então o detalhe é que assa muito, mas muito rápido mesmo. E pra não deixar a pizza virar carvão, tem que ter a manha de rodar ela dentro do forno. Já tinha visto fazerem de outras vezes, mas nunca tinha tentado fazer eu mesmo. Dessa vez eu me aventurei, e sabe quem acabou assando pizza a tarde toda? Heim? Heim? Eu! E não deixei queimar nenhuma! Rá! Fui elogiado e tudo. Ainda tirava onda. Perguntava assim: “cê quer molinha ou crocante?” Ah, moleque! Me senti o verdadeiro pizzaiolo.

Isso conta como dote culinário, não conta? Não!? Ah, pra mim conta.

Um comentário:

  1. Progressos, hein! Já existe o filme "O Rei da Água"... então vc pode ser "O Rei do Fogo"! E vamos acender essa parado no sábado (só pra variar, né?!) pra comemorar meus 30. Tô chegando aí! Bjs

    ResponderExcluir

Nós Dois Agradecemos Sua Visita