O Natal desse ano foi muito bom.
(Tá achando que vou escrever um post fofinho decorado com bolinhas coloridas, luzes piscantes e fita vermelha? Errou! Vou escrever um post de macho, com grosserias, mal-humorado e carrancudo).
Dia 24 pela manhã, fui incumbido de uma missão de vital importância para toda a família, missão esta que possuía desdobramentos tão complexos e intrincados que pareciam delineados pelo Dan Brown. Como todo herói que preste, não trabalhei sozinho. Tive a inestimável ajuda do meu pai. A missão consistia em buscar itens fundamentais para a conclusão da ceia natalina. Claro, o que que você achou que podia ser? Então. A missão era: buscar os pães de rabanada que foram encomendados na padaria (é, parece que na roça não é comum fazer rabanada... vai entender), buscar a torta de frango com palmito que também foi encomendada (só que em outro canto), comprar coentro, salsinha e cebolinha no mercadão pra temperar os bolinhos de bacalhau, e por último... o que era mesmo? ah, sim! comprar canela em pó para, misturada ao açúcar, ser polvilhada sobre as rabanadas já fritas. Fizemos uma rápida consulta ao GPS pra descobrir o ponto ideal de estacionamento, de forma que ficássemos eqüidistantes de todos os destinos da missão. Isso significa dizer que ficamos longe de tudo, não só porque o trânsito estava um inferno, mas também porque - e tenho plena certeza disso - todos os moradores da cidade tiraram seus carros das garagens só pra ocupar as vagas do centro. Após longas horas de caminhada, e após ainda mais longas horas esperando que a torta de frango terminasse de assar, retornamos ao quartel-general com todos os elementos da missão sob nossa custódia. Inclusive a canela em pó.
Durante a tarde, estávamos de volta às nossas atividades normais de macho, tipo rachar lenha ou regular o carburador e tal, quando subitamente a fêmea surge na porta da garagem, com os pulsos apoiados nos quadris e com a ponta do pé direito tamborilando no chão, vociferando:
− CADÊ A CANELA? CÊ ESQUECEU DE COMPRAR A CANELA! CUMÉQUEU VOU FAZER A RABANADA AGORA?
Após uns segundos muito úteis para que o coração voltasse a bater novamente, já recomposto do susto, respondo com segurança:
− Tá na sacola do coentro. Cê procurou lá?
No dia que cê cumpre a missão à risca, sem esquecer nada, ainda leva bronca. Acho que ela faz isso só pra lembrar quem é que manda. Apesar de que ela nunca me deixa esquecer. Bah, xapralá.
Mas esse papo da canela rendeu boas risadas na hora da ceia.
(Tá achando que vou escrever um post fofinho decorado com bolinhas coloridas, luzes piscantes e fita vermelha? Errou! Vou escrever um post de macho, com grosserias, mal-humorado e carrancudo).
Dia 24 pela manhã, fui incumbido de uma missão de vital importância para toda a família, missão esta que possuía desdobramentos tão complexos e intrincados que pareciam delineados pelo Dan Brown. Como todo herói que preste, não trabalhei sozinho. Tive a inestimável ajuda do meu pai. A missão consistia em buscar itens fundamentais para a conclusão da ceia natalina. Claro, o que que você achou que podia ser? Então. A missão era: buscar os pães de rabanada que foram encomendados na padaria (é, parece que na roça não é comum fazer rabanada... vai entender), buscar a torta de frango com palmito que também foi encomendada (só que em outro canto), comprar coentro, salsinha e cebolinha no mercadão pra temperar os bolinhos de bacalhau, e por último... o que era mesmo? ah, sim! comprar canela em pó para, misturada ao açúcar, ser polvilhada sobre as rabanadas já fritas. Fizemos uma rápida consulta ao GPS pra descobrir o ponto ideal de estacionamento, de forma que ficássemos eqüidistantes de todos os destinos da missão. Isso significa dizer que ficamos longe de tudo, não só porque o trânsito estava um inferno, mas também porque - e tenho plena certeza disso - todos os moradores da cidade tiraram seus carros das garagens só pra ocupar as vagas do centro. Após longas horas de caminhada, e após ainda mais longas horas esperando que a torta de frango terminasse de assar, retornamos ao quartel-general com todos os elementos da missão sob nossa custódia. Inclusive a canela em pó.
Durante a tarde, estávamos de volta às nossas atividades normais de macho, tipo rachar lenha ou regular o carburador e tal, quando subitamente a fêmea surge na porta da garagem, com os pulsos apoiados nos quadris e com a ponta do pé direito tamborilando no chão, vociferando:
− CADÊ A CANELA? CÊ ESQUECEU DE COMPRAR A CANELA! CUMÉQUEU VOU FAZER A RABANADA AGORA?
Após uns segundos muito úteis para que o coração voltasse a bater novamente, já recomposto do susto, respondo com segurança:
− Tá na sacola do coentro. Cê procurou lá?
No dia que cê cumpre a missão à risca, sem esquecer nada, ainda leva bronca. Acho que ela faz isso só pra lembrar quem é que manda. Apesar de que ela nunca me deixa esquecer. Bah, xapralá.
Mas esse papo da canela rendeu boas risadas na hora da ceia.
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