26 de dezembro de 2005

Post de macho-superior-dominante sobre o Natal

O Natal desse ano foi muito bom.
(Tá achando que vou escrever um post fofinho decorado com bolinhas coloridas, luzes piscantes e fita vermelha? Errou! Vou escrever um post de macho, com grosserias, mal-humorado e carrancudo).
Dia 24 pela manhã, fui incumbido de uma missão de vital importância para toda a família, missão esta que possuía desdobramentos tão complexos e intrincados que pareciam delineados pelo Dan Brown. Como todo herói que preste, não trabalhei sozinho. Tive a inestimável ajuda do meu pai. A missão consistia em buscar itens fundamentais para a conclusão da ceia natalina. Claro, o que que você achou que podia ser? Então. A missão era: buscar os pães de rabanada que foram encomendados na padaria (é, parece que na roça não é comum fazer rabanada... vai entender), buscar a torta de frango com palmito que também foi encomendada (só que em outro canto), comprar coentro, salsinha e cebolinha no mercadão pra temperar os bolinhos de bacalhau, e por último... o que era mesmo? ah, sim! comprar canela em pó para, misturada ao açúcar, ser polvilhada sobre as rabanadas já fritas. Fizemos uma rápida consulta ao GPS pra descobrir o ponto ideal de estacionamento, de forma que ficássemos eqüidistantes de todos os destinos da missão. Isso significa dizer que ficamos longe de tudo, não só porque o trânsito estava um inferno, mas também porque - e tenho plena certeza disso - todos os moradores da cidade tiraram seus carros das garagens só pra ocupar as vagas do centro. Após longas horas de caminhada, e após ainda mais longas horas esperando que a torta de frango terminasse de assar, retornamos ao quartel-general com todos os elementos da missão sob nossa custódia. Inclusive a canela em pó.
Durante a tarde, estávamos de volta às nossas atividades normais de macho, tipo rachar lenha ou regular o carburador e tal, quando subitamente a fêmea surge na porta da garagem, com os pulsos apoiados nos quadris e com a ponta do pé direito tamborilando no chão, vociferando:
− CADÊ A CANELA? CÊ ESQUECEU DE COMPRAR A CANELA! CUMÉQUEU VOU FAZER A RABANADA AGORA?
Após uns segundos muito úteis para que o coração voltasse a bater novamente, já recomposto do susto, respondo com segurança:
− Tá na sacola do coentro. Cê procurou lá?

No dia que cê cumpre a missão à risca, sem esquecer nada, ainda leva bronca. Acho que ela faz isso só pra lembrar quem é que manda. Apesar de que ela nunca me deixa esquecer. Bah, xapralá.
Mas esse papo da canela rendeu boas risadas na hora da ceia.

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