27 de dezembro de 2005

Mão à palmatória

Eu relutei muito, mas acabei aceitando: Bruna Surfistinha se tornou uma mania nacional. Por esse motivo não adianta tentar ignorá-la. Para aqueles desavisados que têm andado pelo mundo da lua nos últimos meses, Bruna Surfistinha (na verdade Raquel) é uma menina de classe média-alta que largou a família adotiva e decidiu ser garota de programa. Ela ficou famosa quando passou a escrever suas aventuras em um blog e este se tornou o segundo blog mais acessado do país. Como resultado a história dela ficou conhecida pelos quatro cantos da nação e a Bruna (ou Raquel) terminou por abandonar a carreira e lançou um livro contando a história da sua vida: “O doce veneno do escorpião”, que também já figura entre os best-sellers nacionais.
Vejam vocês, eu já conhecia o blog da Bruna fazia um tempo, porque o maridão gostava de ler e sempre me mostrava. Até li algumas vezes, mas tenho que admitir que não me atraiu muito. Talvez porque o apelo seja para o público masculino... sei lá. Mas não tenho nenhum problema em aceitar isso. Assim, quando o livro foi lançado, o maridão comprou e leu rapidamente (até porque o livro é bastante simples e de leitura extremamente fácil) e ficou largado lá em casa.

Depois de muito ouvir a mídia falar sobre o livro e sobre a autora (até vi uma entrevista que ela deu no programa do Gilberto Barros – Boa Noite Brasil) decidi ler o bendito. Confesso que estava cheia de pré-conceitos (não com respeito à ex-profissão da moça, mas com respeito à qualidade literária do escrito) antes de iniciar a leitura.

Agora, tendo terminado, minhas conclusões mudaram de foco. No final não dei muita atenção à qualidade do texto, mas ao conteúdo. E meu veredicto é o seguinte: vale a pena ler, e vou dizer os motivos. Em primeiro lugar, tenho que louvar a Raquel por ter exposto sua vida e sua identidade de forma assim, tão ampla. Como disseram lá em casa, ela deu a cara à tapa. Em segundo lugar, é muito importante para quem tem filhos (e filhas principalmente) ver que um pequeno (ou grande, no caso) déficit de comunicação pode gerar um efeito catastrófico na vida de nossos rebentos. Por fim fiquei tocada de ver uma menina (menina mesmo, jovem e pouco experiente – não sexualmente falando) tão desorientada e tão carente de uma família (na verdade, tão saudosa da família que ela deixou). Como resultado, passei a ler o blog, não diariamente, mas eventualmente.

E para terminar, faço votos de que a Raquel consiga tocar a vida adiante de forma honesta e honrosa, como ela tem feito. Desejo ainda que ela consiga re-encontrar a família que perdeu. Quem sabe ainda haja tempo para reverter as mágoas. Por fim, desejo um Feliz 2006.

Um grande bj e até a próxima.

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