Hoje precisei fazer um serviço fora do escritório. Recrutei um fiel escudeiro, pegamos o carro da firma, e fomos. Detalhe: eu estava dirigindo, claro. Já terminado o trabalho, resolvemos passar num outro ponto pra verificar as conseqüências das chuvas recentes. Pegamos então uma pequena estradinha de terra (ou lama, no caso) que nos levaria até lá, e fomos andando devagarzinho. Quase chegando ao tal ponto, havia uma poça gigante de água e lama, acho até que mais lama do que água. Como estávamos eu e ele conversando (sobre o trabalho que havíamos feito há pouco, ou seja, eu estava dirigindo no piloto automático), meus sentidos reagiram da mesma forma que reagem no asfalto. Reduzi a velocidade pra algo em torno de 30 km/h, puxei a segunda e desviei da parte mais alagada da poça. Só que este é o procedimento padrão no caso de asfalto. Resultado: inocentemente, acabei embicando o carro para a região com aquelas cristas de lama. Quando ele viu a manobra, falou:
− Acho que nós vâmo atolá.
Antes que eu pudesse responder, a lama segurou o carro, que perdeu força instantaneamente por estar em segunda, e parou. Imediatamente, empurrei a primeira, fiz o movimento pra sair com o carro, mas a única coisa que se mexeu foram as rodas da frente que giravam em falso. Só então respondi:
− De fato. Acho que atolamos mesmo.
− Fica tranqüilo. Dá uma rézinha e vai pra frente de novo.
− Tá. Vou tentar.
Na mesma. O carro só fez espalhar lama pra todo lado. Depois de mais umas duas tentativas igualmente frustradas, ele disse:
− Pronto! Tâmo na roça!
Decididamente meti a cabeça pra fora do vidro, olhando atentamente pra roda. Empurrei a primeira e acelerei com cuidado. O carro mexeu um centímetro pra frente e depois começou a patinar de novo. Olhei pra cara dele e disse:
− É. Tá ruim mesmo.
− Deixa eu tirar esse carro daí. Tem jeito de você passar pro banco de trás?
Aqui cabe um parêntese. Ele tem as manhas de andar em estrada de terra, passar em atoleiro, etc. Já tinha me dito isso uns dias antes.
Dito isso, engoli meu orgulho de motorista competente e abri a porta do carro. Sem chance. Ia sujar até a cueca. Mas por fora, e não por dentro. Isso se eu não levasse um tombo e acabasse sujando até os cabelos. Pular pro banco de trás seria impossível pra qualquer um de nós por conta da altura.
− Dá não. Vamos ter que dar um jeito. O que eu faço?
− Tá. Então faz o seguinte: dá ré devagar.
Engatei a ré e consegui fazer o carro andar uns 20 centímetros pra trás.
− Agora pra frente. Vira o volante pra cá. Afunda o pé!
− Pra cá pra onde? Pra direita ou pra esquerda?
− Pra cá! Acelera!
E fez com a mão o movimento indicando que era pra eu virar pra direita. Engatei a primeira, virei o volante pra direita e acelerei com vontade. Relutantemente o carro começou a andar pra frente, as rodas meio que fazendo o carro andar, meio que girando em falso. Ainda fiz aquela força mental, tipo “vai, vai, vai...”. E ele foi indo, foi indo... e por fim, o carro saiu do atoleiro.
Passada a euforia momentânea (de minha parte, porque acho que ele nem se comoveu com minha proeza), lembrei que teríamos de voltar pelo mesmo caminho. É, esse mesmo do atoleiro. Bom, antes de começar a me preocupar com o que fazer pra não atolar de novo, olhamos o que tínhamos ido lá olhar (aquele tal ponto, lembra? O que por sinal neste momento me pareceu muito idiota). Enfim, olhamos, manobrei o carro pra voltar, e perguntei:
− E aí, como faço pra não atolar?
− É só passar com as rodas dentro da poça. Cê só atola se botar as rodas em cima do monte de lama. Da outra vez, quando eu percebi, cê já tava atolando.
− Ué. Tem que passar dentro da poça d’água? Eu nunca ia adivinhar isso!
− Mas é. Vai lá. Pode ficar sossegado.
Antes de entrar na poça, passei a primeira e pisei fundo. Entramos na poça espalhando água pra todo lado e saímos do outro lado sãos e salvos. Aprendi não só a desatolar o carro como também em como não atolá-lo. E olha que esse era 4x2 tração dianteira! Imagina com um 4x4!

A patroa sempre diz que tem vontade de fazer rally comigo. Eu no volante e ela de navegadora. E olha que ela é uma excelente navegadora em estradas. Pelo menos nas de asfalto. Agora só preciso de um jipão 4x4 pra poder nos inscrever no Rally dos Sertões. Por isso estamos aceitando doações. Por acaso você não teria aí um Land Rover sem uso ocupando espaço na sua garagem, ou um Pajero subutilizado, ou uma Hilux que você já tenha enjoado?
− Acho que nós vâmo atolá.
Antes que eu pudesse responder, a lama segurou o carro, que perdeu força instantaneamente por estar em segunda, e parou. Imediatamente, empurrei a primeira, fiz o movimento pra sair com o carro, mas a única coisa que se mexeu foram as rodas da frente que giravam em falso. Só então respondi:
− De fato. Acho que atolamos mesmo.
− Fica tranqüilo. Dá uma rézinha e vai pra frente de novo.
− Tá. Vou tentar.
Na mesma. O carro só fez espalhar lama pra todo lado. Depois de mais umas duas tentativas igualmente frustradas, ele disse:
− Pronto! Tâmo na roça!
Decididamente meti a cabeça pra fora do vidro, olhando atentamente pra roda. Empurrei a primeira e acelerei com cuidado. O carro mexeu um centímetro pra frente e depois começou a patinar de novo. Olhei pra cara dele e disse:
− É. Tá ruim mesmo.
− Deixa eu tirar esse carro daí. Tem jeito de você passar pro banco de trás?
Aqui cabe um parêntese. Ele tem as manhas de andar em estrada de terra, passar em atoleiro, etc. Já tinha me dito isso uns dias antes.
Dito isso, engoli meu orgulho de motorista competente e abri a porta do carro. Sem chance. Ia sujar até a cueca. Mas por fora, e não por dentro. Isso se eu não levasse um tombo e acabasse sujando até os cabelos. Pular pro banco de trás seria impossível pra qualquer um de nós por conta da altura.
− Dá não. Vamos ter que dar um jeito. O que eu faço?
− Tá. Então faz o seguinte: dá ré devagar.
Engatei a ré e consegui fazer o carro andar uns 20 centímetros pra trás.
− Agora pra frente. Vira o volante pra cá. Afunda o pé!
− Pra cá pra onde? Pra direita ou pra esquerda?
− Pra cá! Acelera!
E fez com a mão o movimento indicando que era pra eu virar pra direita. Engatei a primeira, virei o volante pra direita e acelerei com vontade. Relutantemente o carro começou a andar pra frente, as rodas meio que fazendo o carro andar, meio que girando em falso. Ainda fiz aquela força mental, tipo “vai, vai, vai...”. E ele foi indo, foi indo... e por fim, o carro saiu do atoleiro.
Passada a euforia momentânea (de minha parte, porque acho que ele nem se comoveu com minha proeza), lembrei que teríamos de voltar pelo mesmo caminho. É, esse mesmo do atoleiro. Bom, antes de começar a me preocupar com o que fazer pra não atolar de novo, olhamos o que tínhamos ido lá olhar (aquele tal ponto, lembra? O que por sinal neste momento me pareceu muito idiota). Enfim, olhamos, manobrei o carro pra voltar, e perguntei:
− E aí, como faço pra não atolar?
− É só passar com as rodas dentro da poça. Cê só atola se botar as rodas em cima do monte de lama. Da outra vez, quando eu percebi, cê já tava atolando.
− Ué. Tem que passar dentro da poça d’água? Eu nunca ia adivinhar isso!
− Mas é. Vai lá. Pode ficar sossegado.
Antes de entrar na poça, passei a primeira e pisei fundo. Entramos na poça espalhando água pra todo lado e saímos do outro lado sãos e salvos. Aprendi não só a desatolar o carro como também em como não atolá-lo. E olha que esse era 4x2 tração dianteira! Imagina com um 4x4!

A patroa sempre diz que tem vontade de fazer rally comigo. Eu no volante e ela de navegadora. E olha que ela é uma excelente navegadora em estradas. Pelo menos nas de asfalto. Agora só preciso de um jipão 4x4 pra poder nos inscrever no Rally dos Sertões. Por isso estamos aceitando doações. Por acaso você não teria aí um Land Rover sem uso ocupando espaço na sua garagem, ou um Pajero subutilizado, ou uma Hilux que você já tenha enjoado?
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