10 de janeiro de 2006

Sobre livros

Sou um leitor pobre. Não no sentido de falta de dinheiro ou de falta de inteligência (frescuras à parte). Mas no sentido de mediocridade, de preguiça. Assumo isso. Adoro ler, e acho até que para um cara com formação técnica, já li e leio bastante coisa não-técnica. Mas não consigo ter disciplina pra estar sempre lendo algum livro. Gostaria de ter, mas não tenho. Normalmente alterno um best-seller com um ou dois meses de Superinteressante. (Tá, também leio Playboy, mas só porque ganhei a assinatura de presente de um tio distante e deixar de ler seria uma desfeita abominável.) Já fiz até aquela maluquice de ler dois ou três livros ao mesmo tempo, mas faz tempo que isso não acontece.
Lá em casa temos um armário pequeno, com duas portas e cerca de um metro e oitenta de altura por um de largura, com algumas dezenas de livros guardados. Em sua maioria, são livros muito bons, clássicos, ou de autores consagrados, e acho que merecem serem lidos com carinho. Só que nem todos foram. Alguns só eu li, alguns só a patroa leu, e uma parte nós dois lemos. Mas ainda há outros que nunca foram abertos. Aliás, quando ainda morávamos no Rio e fazíamos visitas diárias às mega-stores no horário do almoço, eu e a patroa sempre brincávamos um com o outro dizendo “compro muito menos do que eu queria, mas muito mais do que eu consigo ler”. E o armário foi-se enchendo, acumulando títulos.
No meu caso específico, que encaro como uma quase patologia, ainda existe a tara por colecionar coisas. Acho que é do signo, sei lá. Mas o fato é que não sossego até comprar todos os livros do autor, ou da série, ou seja lá o que for que meu cérebro deficiente ache que completa a minha coleção. Sei que isso não é muito inteligente, mas não consigo me controlar. Com isso tudo, volta e meia saíamos das lojas carregando dois ou mais títulos novos. Fora as vezes que compramos uma penca logo de uma vez, tipo quando resolvi completar a minha coleção do John Grisham. (Completar modo de dizer, né. Eu devia ter uns cinco, e faltavam uns seis, não lembro bem, isso em 2000.) Tá, eu sei que é meio chato ler livros dele em sequência, porque ele só fala do mundo dos advogados e tal. Mas eu já tinha lido alguns, e precisava comprar os outros. Pois então, até hoje não li todos, e me culpo por isso. Mas eu chego lá.
Mas também acontece o contrário. Depois de ler o primeiro Cavalo de Tróia do Benitez, comprei e devorei os outros cinco. Tô esperando lançarem o sétimo. A patroa, por sua vez, acho que não passou do segundo. De fato não a culpo, porque esses livros são complicados de ler. Não que sejam inatingíveis, pelo contrário, é que eles te afetam demais.
Li todos os Sidney Sheldon também, e esses eu nem precisei comprar porque minha digníssima irmã fez isso por nós. Dan Brown nem se fala. Compramos o Código da Vinci quando ele ainda não era famoso. Depois disso compramos os outros, sempre em pré-venda. Aliás, tô lendo o Ponto de Impacto.
Nesse meio tempo, fui lendo outras coisas, como O Enigma do Quatro (livro de estréia de uma dupla promissora, Ian Caldwell e Dustin Thomason), Contágio Criminoso (Patrícia Cornwell), outros títulos do Benitez, um do Juan Arias, Caim e Abel (um livrão em todos os sentidos, do Jeffrey Archer), e outros não tão, como direi?, ortodoxos, tipo O Doce Veneno do Escorpião (da ex-garota de programa Raquel Pacheco) ou A Casa dos Budas Ditosos (esse é do João Ubaldo Ribeiro, tá!), porém igualmente interessantes.
Bah, vou parar de escrever e voltar pros meus livros. Tenho que ler muita coisa pra terminar o armário. Quer ver? Então lá vai. Estado de Medo (Michael Crichton), O Senhor dos Anéis (volume único... é, aquele tijolão mesmo), um volumão contendo O Médico e o Monstro/Drácula/Frankenstein em suas versões originais, As Brumas de Avalon (os 4, pois acredite, passei pela adolescência sem lê-los), As Mil e Uma Noites, uma série de três livros sobre a Cleópatra, ..., chega né.

2 comentários:

  1. Você me inspirou! Vou começar a ler Ponto de Impacto hoje. Posso deixar a piscina pra amanhã ou... levar o livro! Bem melhor, né? Bjs

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  2. Ah Test Driver, leitores da Playboy sao muito engracados: sempre lêem a revista por causa da reportagem, da entrevista, das dicas de viagem, a publicidade bem feita, etc... O mais interessante é que nenhum homem compra Playboy para ver as mulheres. Muito bem!!!
    Heheheeheheheheeh!!! (Nao fique bravo comigo! É brincadeira!)

    Mas voltando ao assunto: Nao se considere um leitor (de livros!) relapso. Sou uma leitora assídua, desde que aprendi a ler vivo com um livro embaixo do braco. Sou do tipo que devora livros. Mas vou te dizer uma coisa: Nao é todo o livro que combina com a gente! Existem certos autores, ou certas obras que simplesmente nao nos identificamos. Eu, por exemplo, aos 14 anos comecei a ler As Brumas de Avalon e simplesmente detestei, larguei o primeiro livro na página 40. Hoje eu tenho vontade de ler. Tudo é uma questao de tempo, de hora na vida da gente... Portanto nao se sinta menos leitor por causa disto.
    Uma dica é tentar pegar livros na Biblioteca Pública ou até mesmo se associar a uma biblioteca privada. Daí nao temos a preocupacao de comprar e nao ler. Comprar em sebos também é legal!

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