O assunto tá na moda. É inegável que a internet, e mais recentemente o restante da mídia (como revistas, jornais e até a televisão), trouxe às pessoas uma nova visão sobre uma profissão antiga. Dizem até que é a mais antiga, mas disso eu já não tenho certeza. Nunca comentei nada sobre isso por aqui, mas de fato acompanho há um bom tempo o fenômeno que está em andamento. Acho que houve uma evolução sem precedentes no mercado do sexo. Um salto gigantesco.Antes de mais nada, adianto que nunca fiz uso dos serviços de uma profissional do sexo. Digo isso não para fazer papel de santo ou de juiz, longe de mim uma frescura dessas. Digo isso apenas para atestar que minhas opiniões são frutos da mais simples observação seguida de reflexão. Humm. Parece papo de pesquisador. Mas enfim.
Como todo homem minimamente curioso, claro que já fucei a internet pra ver fotos de mulher e tal. Quem já procurou sabe quão pouco material de qualidade existe em meio ao lixo. Com duas ou três palavras-chave adequadas, invariavelmente, você acaba achando sites de garotas de programa, ou acompanhantes. Até aí nenhuma novidade. Os anúncios na internet foram uma evolução natural dos anúncios nos classificados, com a vantagem de apresentarem fotos.
Bom, há uns dois anos atrás, meio que por acaso, encontrei um site que na verdade era um fórum de clientes de acompanhantes de Belo Horizonte. Depois desse, encontrei outro do Rio de Janeiro, e depois outro de São Paulo, o GPGuia. Basicamente esses fóruns compilam relatos sobre os programas realizados, ou seja, abre-se um tópico para uma determinada acompanhante e os foristas vão colocando lá as impressões que tiveram. Postam um resumo, o link com as fotos (quando disponível), o que faz, o que deixa de fazer, se é competente, dão notas para diversos quesitos físicos e técnicos, etc. Aí é que está, na minha opinião, o grande salto. O fórum funciona como marketing invertido. Não no sentido de negativo, mas de invertido mesmo, pois a propaganda (boa ou ruim) é feita pelos consumidores. Pensa só, é como se na hora de escolher um carro novo, você entrasse num fórum e visse tudo que se fala sobre determinado modelo, sem a interferência do fabricante! Sei que existem alguns rankings de reclamações, número de ações no procon e tal, mas falta justamente um canal para os clientes falarem não dos defeitos, mas das qualidades dos produtos e serviços. Isso nos faria escolher um modelo por julgarmos que ele seja o melhor, ao contrário do que ocorre hoje, quando eliminamos um modelo por julgarmos que ele seja o pior. Não quero inventar uma nova teoria de marketing, mas há tempos esse troço volta e meia vem na cabeça e eu fico encasquetado pensando. Parece até que isso é uma evolução do antigo boca-a-boca, mas não tenho conhecimentos de marketing pra entender melhor isso.
Onde é que eu estava mesmo? Hummm... ah sim! Com esse negócio de fórum, acaba que algumas acompanhantes se destacam, seja pela beleza, seja por alguma qualidade técnica, ou por tudo isso junto. Passam a ser mais procuradas que ingresso pro show do U2!
Foi aí que a famosa Bruna Surfistinha se deu bem. Antes dela se aposentar, revelar o nome verdadeiro, lançar o livro, e se tornar famosa para o grande público, ela já era famosa num desses fóruns. A diferença dela para as outras foi que ela criou um blog dentro do site com as fotos (que era só www.brunasurfistinha.com), e começou a postar exatamente o inverso do que os foristas postavam no fórum. Ou seja, do mesmo modo que eles postavam as impressões sobre ela, ela postava as impressões sobre eles. E o blog recebe, há muito tempo, uma quantidade de acessos impressionante. O livro, lançado há pouco mais de noventa dias, esta semana atingiu o primeiro lugar em vendas (de acordo com a revista Veja), já totalizando mais de 80 mil vendidos, em sete edições esgotadas. Já deu entrevistas no rádio e em vários jornais e revistas do Brasil e do exterior. Foi no Superpop, no Gilberto Barros, no Pânico na TV. Foi capa da revista Época de 30 de janeiro, numa reportagem sobre a prostituição de luxo. Segunda-feira passada foi pro Rio de Janeiro (pela primeira vez, diga-se de passagem) filmar um comercial de tv. Não revelou ainda o produto, diz terem pedido segredo. Paralelamente, está montando uma empresa pra vender itens de banho com a sua marca pela internet, e acho que tem tudo pra dar certo. Já a vi dizer que ela soube muito bem fazer o marketing dela. Vai discordar?
Primeira foto extraída do site
Olhares.
Por 2 minutos, enquanto li o texto, até esqueci minha ansiedade pela espera da resposta sobre o emprego. Obrigada! Agora sobre o post, o "marketing invertido" efetivamente é o boca-a-boca evoluído. A mais antiga forma de fazer propaganda, agora associada a recursos tecnológicos, como fórum de discussão na internet, fotos digitais, interatividade. É o mais forte tipo de propaganda. Quando usado para questionar, criticar ou destruir um "produto" ou "serviço", pode ser mortal até para uma grande marca. Mexe com a credibilidade. Adorei o post. Muito legal a análise. Mas chega que isso é só um comentário! Bj
ResponderExcluirValeu pela sua análise sensata.
ResponderExcluirEnquanto isso, torcemos pela notícia. Vai ser boa.
Eu me achava uma alienígena porque nunca tinha ouvido falar nessa tal Bruna Surfistinha e nem tinha lido esse blog dela. Aproveite seu link e fui dar uma olhada. Sinceramente? Não perdi nada...
ResponderExcluirClaro, porque agora tá meio bobo, tipo esse blog nosso aqui. No momento ela é só mais uma celebridade que apareceu na mídia. Realmente só seria interessante se vc já fosse leitora. Se vc estiver tão à toa quanto eu, recomendo a leitura dos arquivos. Ah, e pule a parte dos programas, porque não costuma agradar as mulheres.
ResponderExcluirAbração!
Como eu sou meio canalha mesmo, não gosto de ler texto erótico. O negócio é ver fotos - quer dizer, bom mesmo é fazer, né? Mas, na falta, as fotos servem.
ResponderExcluirA sua análise está ótima. A evolução do marketing chegou às "damas da noite" e isso é bom pra ambos os lados.
Mas a coisa toda está tirando o romantismo (não achei palavra melhor) da profissão. Havia um certo glamour - apesar de nunca ter frequentado um - nos prostíbulos, principalmente quando a "profissa" tinha que te ganhar ali, no cara-a-cara, olho-no-olho, mão-naquilo.
Adorei seu texto. Que bom que o blog é uma ferramenta bem democrática onde as pessoas podem divulgar suas idéias, fazer seu diário. Pretendo ler o blog dela para entender o que pensa uma garota de programa.
ResponderExcluirBeijao e valeu a dica!!!