5 de dezembro de 2005

Cidade Maravilhosa!?

Semana passada estive na Cidade Maravilhosa. Bom, não acho que ela seja mais tão maravilhosa assim, e não tenho medo de falar isso porque sou nascido e criado lá. Mas não vou falar disso agora. Então. Fui a trabalho, na verdade era um evento, que foi sediado num hotel que fica no bairro da Glória. Ah, mas que beleza de hotel, ambiente de gente rica, com carros de luxo na entrada, e aqueles caras pra abrir a porta pra gente. Tá pensando que eu estava hospedado lá, né? Rá! Viajou. Fiquei hospedado (aliás, muito bem hospedado) na casa da minha irmã, que fica no movimentado bairro da Tijuca. Bom, no primeiro dia do evento, logo cedo, matei as saudades de andar de metrô. Chegando ao hotel, fiquei apreciando a vista da varanda enquanto aguardava o credenciamento começar e o suor parar de escorrer pela testa. A rua em frente ao hotel é daquele tipo que praticamente não tem trânsito, enfim, só passam os carros que precisam passar. De repente, olho pra baixo e vejo um táxi dando uma fechada em outro, e bloqueando a sua passagem. Eu penso: “ué, mas que coisa... pelo jeito vão se estranhar”. Nisso os dois pulam do carro berrando tanto que eu os ouço perfeitamente lá de cima. Depois de uns cinco minutos de bate-boca, um deles vai em direção à porta do seu carro. O outro faz o mesmo, e eu voltei a suar abundantemente, pensando que cada um voltaria pra arena com um trabuco na mão, já decididos a travar um duelo daqueles que em geral a platéia também leva teco. Mas acabou que um veio com uma chave de fenda e o outro com uma chave L. Aí pensei: “pronto, menos mal, vão só se atracar!”. Mas acabou que veio o pessoal do deixa-disso, conseguiram separar os dois e eles foram embora. Ah, e sabe qual foi o motivo da briga? Um deu uma encostada no carro do outro, derrubando uma pontinha do friso lateral. Agora vê se pode duas pessoas quase se baterem por causa disso. Fui lá pra dentro e entrei na fila pra pegar o crachá. Durante os longos minutos que se passaram até que finalmente uma das meninas-sorridentes-com-camisa-igual me entregou o dito cujo que levava o meu nome, ficou passando um filme na minha cabeça. De fato, durante todo o tempo em que andei de carro no Rio, participei de algumas confusões no trânsito. Antes, umas como frequentador do banco de trás, e depois outras já como motorista. E é impressionante como as pessoas se transformam atrás do volante de um carro. Os taxistas acham que são donos da rua, e têm plena convicção de que só eles sabem dirigir. Os motoristas de ônibus usam o porte avantajado de seus veículos pra costurar todo mundo, como se só eles tivessem que cumprir horário. Enfim, no meio desses e de outros (tipo motoristas de kombis e vans, motoboys), eu era um dos loucos que disputavam espaço, e de vez em quando, tipo a cada 20 minutos, trocava farpas. Sei não, mas acho que fiz um bom negócio mudando pra roça.

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