6 de dezembro de 2005

Montanha-russa

A minha vida é muito maluca. Ou será que sou outro maluco nessa vida. Ah, sei lá. Tem dias que eu estou radiante de felicidade (sério, sem palhaçada de achar que eu sou uma bicha alegre), me pego cantarolando aquelas musiquinhas-chiclete (As Garotas Que Dizem Ni falaram sobre isso outro dia, lê lá), ou então apreciando a beleza do nosso jardim com flores recém plantadas, ou então sorrindo enquanto vejo meu filho brincar com os avós. Nesses dias, qualquer coisa desagradável é enxotada pra longe igual a um percevejo intruso que pousa na roupa. Depois do susto ao descobrir o bicho encostado em você, basta dar um peteleco pra ele ir embora e tudo voltar ao normal. Nesses dias, tenho plena convicção de que entendo o sentido da vida, e me dá uma sensação de satisfação extrema em saborear o amor e carinho que sinto pelas pessoas ao meu redor (pronto, lá vem a bicha de novo). Bom, acho que deve ser isso que chamam de “vencer na vida”.
É, seria bom se todo dia fosse assim. Ou não. Ainda não sei. Mas o fato é que a vida é como uma gangorra, aliás gangorra não, porque numa gangorra, pra alguém estar por cima, outra pessoa tem que estar por baixo, e vice-versa, e não é isso que acontece comigo. No meu caso, parece mais como uma montanha-russa de emoções. Tá bom, vou explicar, mesmo não achando que seja diferente da maioria das pessoas. Na parte pessoal (tipo casamento, família) a montanha-russa é suave, na verdade é como se fosse um veleiro velejando (o que mais um veleiro faria?) a maior parte do tempo em águas calmas. De vez em quando ele atravessa um mar agitado que apenas o sacode um pouco, fazendo com que os marinheiros prestem atenção e trabalhem pra levar o veleiro pra um lugar calmo novamente. Porém, mais de vez em quando ainda, ele atravessa uma tempestade dessas mais brabas, e aí só com muita força de vontade e dedicação dos tripulantes é que o veleiro consegue passar por ela sem que ninguém se machuque ou caia na água. Ao longo do tempo a experiência em navegar vai aumentando junto com a confiança no veleiro, o que faz com que você queira passar cada vez mais tempo navegando. (Cê acha que eu tô querendo comprar um barco, né? Pois errou. Pô, tô filosofando a respeito da vida!! Ah, esquece, vai...). Bom, assim é minha vida pessoal. Sei que a viagem um dia vai ser interrompida, mas além de torcer pra esse dia demorar, torço também pra que eu pegue uma baldeação pra continuar navegando em outro lugar. Ah, outra hora falo disso.
Pois então, se na minha vida pessoal a viagem pela montanha-russa de emoções é tranquila, na minha vida profissional ela é um inferno, mais parece aquele elevador pavoroso que vai te levando pra cima numa certa velocidade e que depois, violentamente, te deixa cair no vazio. No mínimo uma brincadeira de mau gosto. Durante semanas, eu vou me armando de forças, de alto-astral, de tesão mesmo (pra trabalhar, tá!), e quando menos espero, alguém apronta uma, e me faz esvaziar como uma bexiga de gás que escapou da sua mão enquanto você soprava. Chega a dar enjôo no estômago. Bah, vou parar de falar porque hoje eu não tô bom.

Um comentário:

  1. Cara! Quase sem comentários... o elevador da minha vida despencou há 3 meses... Tô tentando abrir a porta pra sair e procurar uma escada ou outro elevador, mas tá difícil. Arghhh!

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