17 de abril de 2006

Anjos



Eu queira contar uma pequena história pra vocês. Tenham paciência, por favor. I have a point (eu juro). Em junho de 2003 eu tive a oportunidade de fazer uma viagem que foi uma das melhores coisas que aconteceu na minha vida. Eu fui conhecer um pedacinho do Velho Mundo e me apaixonei completamente. Pena que o maridão não pode ir junto, porque aí sim teria sido a viagem perfeita. Mas de todo jeito, aproveitei o máximo que pude. Conheci lugares, visitei museus, provei comidas. Foi muito, mas muito bom mesmo. Mas essa viagem não teria sido tão fantástica se eu não tivesse tido a oportunidade de conhecer uma pessoa maravilhosa. É que eu fiquei hospedada na casa de uma brasileira muitíssimo bacana (que nem me conhecia e mesmo assim ofereceu sua casa pra eu passar uma semana). Ela me levou em passeios muito gostosos e me presenteou com conversas pra lá de legais.

É uma pena que nós não tenhamos nos falado mais nos últimos tempos, porque ela foi de importância fundamental na minha vida (e nem sei se ela sabe disso). Apesar da grande diferença de idade entre nós duas, conversamos longamente sobre milhões de coisas e, como não poderia deixar de ser, sobre as nossas vidas particulares. E foi numa dessas conversas que ela me falou uma coisa que marcou minha vida. Ainda me lembro de como foi: estávamos caminhando em direção a um restaurante, onde jantaríamos, e falávamos sobre a maravilha de ter filhos. Eu ainda estava muito insegura com respeito a esse assunto. Sempre que eu o maridão conversávamos, esbarrávamos na sensação de que ainda não era o momento perfeito para termos nosso bebê. E foi exatamente isso que falei. Pois ela me respondeu que, se eu tinha certeza de que estava com a pessoa ideal, esperar pelo momento perfeito era uma grande bobagem, porque este momento não existe. O que de fato importava era aproveitar o companheiro que eu tinha e o momento que estávamos vivendo, porque ao esperarmos pelo momento perfeito poderíamos deixar passar um momento bom.

Provavelmente essa lição ela aprendeu com sua própria vida. Isso porque, apesar de ter sido casada, ela não teve filhos e, no momento que nos conhecemos, o seu casamento já não existia mais. Guardei essa informação na minha cabeça e no meu coração e cheguei em casa com minha decisão tomada. Nós estávamos vivendo um momento muito bom! Poderia até não ser perfeito (principalmente pelo lado financeiro), mas era inegavelmente um momento mais do que adequado para termos um filho. Conversei muito com o maridão e decidimos que encomendaríamos nosso herdeiro. Assim foi e, em dezembro do mesmo ano, tivemos a confirmação do laboratório de que, em julho do ano seguinte, teríamos mais um membro em nossa família.

Já faz muito tempo que eu tive essa conversa, que aconteceu em outro continente e, olhando de hoje, me parece que aconteceu em outra vida. Mas ontem me lembrei disso tudo e senti uma enorme vontade de contar aqui. Sabe por quê? É que eu estava lá, sentada em frete ao vaso sanitário, ensinando nosso pequeno a ter paciência para esperar o xixi sair, e me sentindo enormemente orgulhosa por ter um garotinho que está largando as fraldas, e me veio à memória esse momento mágico em que eu percebi que não era preciso esperar o tal momento perfeito. Nesse instante eu agradeci de coração à essa pessoa especial que me fez ver uma verdade que estava embaixo do meu nariz e eu não conseguia enxergar.

Gosto de pensar que na vida nos aparecem anjos em momentos fundamentais. Esses anjos nos dão pequenas pistas para nos ajudarem a tomarmos nossas decisões. Se certas ou erradas, são de nossa total responsabilidade, é claro. Mas uma ajudinha é sempre bem vinda, né?! Ontem eu lembrei do anjo que me ajudou a decidir sobre a melhor coisa da minha vida... Outro dia eu conto sobre outros anjos.

Um grande bj e até a próxima.

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